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Partições

As partições, são divisões existentes no disco rígido que marcam onde começa onde termina um sistema de arquivos. As partições nos permitem utilizar mais de um sistema operacional no mesmo computador (como o GNU/Linux e Windows), ou dividir o disco rígido em uma ou mais partes para ser usado por um único sistema operacional ou até mesmo por diferentes arquiteturas (32 e 64 bits).

Uma partição de disco não interfere em outras partições existentes, por este motivo é possível usar o Windows, GNU/Linux e qualquer outro sistema operacional no mesmo disco.

Para particionar (dividir) o disco rígido em uma ou mais partes é necessário o uso de um programa de particionamento. Os programas mais conhecidos para particionamento de discos no GNU/Linux são fdisk, cfdisk.

Sempre tenha em mente, que:

  • Quando se apaga uma partição, TODOS os arquivos existentes nela serão removidos!

  • A partição do tipo Linux Native (Tipo 83) é a usada para armazenar arquivos no GNU/Linux, tanto ext2, ext3, ext4, reiserfs, xfs, etc.

  • A partição do tipo Linux Swap (Tipo 82) é usada como memória virtual.

Em máquinas mais novas, é bastante comum encontrar o Windows instalado em uma partição que consome TODO o espaço do disco rígido. Uma solução para instalar o GNU/Linux é apagar a partição Windows e criar três com tamanhos menores (uma para o Windows, uma para o GNU/Linux e outra para a Memória Virtual do Linux (SWAP). Ou criar apenas 2 se você não quiser mais saber mais do Windows.

A outra solução é usar o parted (e gparted sua versão gráfica), que trabalha com FAT16, FAT32, NTFS. Esta técnica também é chamada de Reparticionamento não destrutivo (e o outro obviamente Reparticionamento destrutivo). Para sistemas que foram formatados em Windows XP e superiores, é possível que o parted não consiga redimensionar o sistema, neste caso você pode reparticionar usando ferramentas como o ntfsresize ou Partition Magic (para Windows).

Para mais detalhes sobre discos, partições ou como particionar seu disco, veja algum bom documento sobre particionamento (como a página de manual e documentação do fdisk, cfdisk, parted ou Disk Druid).

Pontos de Montagem

O GNU/Linux acessa as partições existentes em seus discos rígidos através de diretórios. Os diretórios que são usados para acessar (montar) partições são chamados de pontos de montagem.

No DOS cada letra de unidade C:, D:, E: identifica uma partição de disco, no GNU/Linux os pontos de montagem fazem parte da grande estrutura do sistema de arquivos raiz.

Existem muitas vantagens de se usar pontos de montagem em vez da unidade de disco para identificar partições (método utilizado no Windows), vejamos algumas delas:

  • Você pode montar a partição no diretório em que quiser.

  • Em caso de um sistema de arquivos cheio, você pode copiar o conteúdo de um grande diretório para outro sistema de arquivos, apagar o conteúdo do diretório original e montar o disco onde foram copiados os arquivos naquele local (caso não use um sistema de LVM).

  • Reduz riscos de corrompimento do sistema operacional. Caso isto aconteça, será necessário apenas restaurar o backup do sistema de arquivos afetado.

  • Tempo de boot reduzido quando um sistema de arquivos for verificado por ferramentas como o fsck.

  • O uso de pontos de montagem torna o gerenciamento mais flexível.

  • A adição de novas partições ou substituição de discos rígidos não afeta a ordem de identificação dos discos e pontos de montagem (como não acontece no DOS).

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Identificação de discos e partições em sistemas Linux

No GNU/Linux, os dispositivos existentes em seu computador (como discos rígidos, pen-drives, flash, storages remotas, disquetes, tela, portas de impressora, modem, etc) são identificados por um arquivo referente a este dispositivo no diretório /dev.

A identificação de discos rígidos no GNU/Linux é feita da seguinte forma:

/dev/sda1
|    | ||
|    | ||_Número que identifica o número da partição no disco rígido.
|    | |
|    | |_Letra que identifica o disco rígido (a=primeiro, b=segundo, etc...).
|    |
|    |_Sigla que identifica o tipo do disco rígido (sd=SATA/SCSI, sd=IDE, xt=MFM).
|
|_Diretório onde são armazenados os dispositivos existentes no sistema.

Abaixo algumas identificações de discos e partições em sistemas Linux:

  • ev/fd0 - Primeira unidade de disquetes.

  • /dev/fd1 - Segunda unidade de disquetes.

  • /dev/sda - Primeiro disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.

  • /dev/sda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido SATA ou SCSI.

  • /dev/sdb - Segundo disco rígido na primeira controladora SATA ou SCSI.

  • /dev/sdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido SATA ou SCSI.

  • /dev/sr0 - Primeiro CD-ROM SATA ou SCSI.

  • /dev/sr1 - Segundo CD-ROM SATA ou SCSI.

  • /dev/hda - Primeiro disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary master).

  • /dev/hda1 - Primeira partição do primeiro disco rígido IDE.

  • /dev/hdb - Segundo disco rígido na primeira controladora IDE do micro (primary slave).

  • /dev/hdb1 - Primeira partição do segundo disco rígido IDE.

  • /dev/xda - Primeiro disco rígido XT.

  • /dev/xdb - Segundo disco rígido XT.

As letras de identificação de discos rígidos podem ir além de sdb, por exemplo, em se tratando de pen-drives, memória flash, as unidades serão detectadas como sdc, sdd e assim por diante.

É de suma importância entender como os discos e partições são identificados no sistema, pois será necessário usar os parâmetros corretos para monta-los.

Montando (acessando) uma partição de disco

Você pode acessar uma partição de disco usando o comando mount.

mount [dispositivo] [ponto de montagem] [opções]

Onde:

  • dispositivo

    Identificação da unidade de disco/partição que deseja acessar (como /dev/hda1 (disco rígido) ou /dev/fd0 (primeira unidade de disquetes).

  • ponto de montagem

    Diretório de onde a unidade de disco/partição será acessado. O diretório deve estar vazio para montagem de um sistema de arquivos. Normalmente é usado o diretório /mnt para armazenamento de pontos de montagem temporários.

  • -t [tipo] - tipo do sistema de arquivos utilizado pelo dispositivo. São aceitos os sistemas de arquivos:

    • /ext2 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 2 (a mais comum).

    • ext3 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 3, com suporte a journaling.

    • ext4 - Para partições GNU/Linux usando o Extended File System versão 4, com suporte a journaling.

    • ntfs - este é o tipo do Windows mais comum ou discos rígidos externos maiores.

    • reiserfs - Para partições reiserfs, com suporte a journaling.

    • xfs - Para partições xfs, com suporte a journaling.

    • vfat - Este é o tipo mais comum usado para discos rígidos externos menores.

    • msdos - Para partições DOS normais.

    • iso9660 - Para montar unidades de CD-ROM. É o padrão.

Não sendo especificado o sistema de arquivos, o mount utilizará a auto-detecção e montará a partição usando o sistema de arquivos correto. Para mais detalhes sobre opções usadas com cada sistema de arquivos, veja a página de manual mount.

  • -r

    Caso especificada, monta a partição somente para leitura.

  • -w

    Caso especificada, monta a partição como leitura/gravação. É o padrão.

Existem ainda outras opções que podem ser utilizadas com o comando mount, mas neste tópico o intento é o de somente mostrar o básico para “montar” seus discos e partições no GNU/Linux (para mais opções, veja a página de manual do mount).

Caso você digite mount no terminal, sem parâmetros, terá como resposta os sistemas de arquivos que estão atualmente montados no sistema. Esta mesma listagem pode ser vista em /etc/mtab.

A remontagem de partições é outra funcionalidade bastante útil, especialmente após reparos no sistema de arquivos do disco rígido. Alguns exemplos de remontagem abaixo.

Mas atenção! É necessário permissões de root para montar partições, a não ser que tenha especificado a opção user no arquivo /etc/fstab.

Exemplo de Montagem:

  • Montar uma partição Windows (vfat) de /dev/sda1 em /mnt somente para leitura: mount /dev/sda1 /mnt -r -t vfat

  • Montar um pen-drive detectado em /dev/sdc1 em /mnt: mount /dev/sdc1 /mnt -t vfat

  • Montar uma partição DOS localizada em um segundo disco rígido /dev/hdb1 em /mnt: mount /dev/hdb1 /mnt -t msdos.

  • Remontar a partição raíz como somente leitura: mount -o remount,ro /

  • Remontar a partição raíz como leitura/gravação (a opção -n é usada porque o mount não conseguirá atualizar o arquivo /etc/mtab devido ao sistema de arquivos / estar montado como somente leitura atualmente: mount -n -o remount,rw /.

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fstab

O arquivo /etc/fstab permite que as partições do sistema sejam montadas facilmente especificando somente o dispositivo ou o ponto de montagem. Este arquivo contém parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando mount.

Cada linha deste arquivo contém a partição que desejamos montar, o ponto de montagem, o sistema de arquivos usado pela partição e outras opções.

A fstab tem a seguinte forma:

Sistema_de_arquivos Ponto_de_Montagem Tipo Opções dump ordem
/dev/sda1 / ext4 defaults 0 1
/dev/sda2 /boot ext4 defaults 0 2
/dev/sda3 /dos msdos defaults,noauto,rw 0 0
/dev/hdg /cdroom iso9660 defaults,noauto 0 0

Onde:

  • Sistema de Arquivos

    • Partição que deseja montar.
  • Ponto de montagem

    • Diretório do GNU/Linux onde a partição montada será acessada.
  • Tipo

    • Tipo de sistema de arquivos usado na partição que será montada. Para partições GNU/Linux use ext3,ext4, reiserfs, xfs (de acordo com o tipo de partição selecionada durante a formatação), para partições DOS (sem nomes extensos de arquivos) use msdos, para partições Win 95 (com suporte a nomes extensos de arquivos) use vfat, para unidades de CD-ROM use iso9660.
  • Opções

    • Destaca as opções usadas com o sistema de arquivos. Abaixo, algumas opções de montagem para ext2/3/4 (a lista completa pode ser encontrada na página de manual do mount)

    • defaults - Utiliza valores padrão de montagem.

    • noauto - Não monta os sistemas de arquivos durante a inicialização.

    • ro - Monta como somente leitura.

    • user - Permite que usuários “montem” o sistema de arquivos (não recomendado por motivos de segurança).

    • sync - é recomendado para uso com discos removíveis, para que os dados sejam gravados imediatamente na unidade (caso não seja usada, você deve usar o comando sync antes de retirar o dispositivo da unidade.

    • *dump - Especifica a frequência de backup feita com o programa dump no sistema de arquivos. 0 desativa o backup.

    • Ordem - Define a ordem que os sistemas de arquivos serão verificados na inicialização do sistema. Se usar 0, o sistema de arquivos não é verificado. O sistema de arquivos raíz que deverá ser verificado primeiro é o raíz "/" (a não ser que você tenha um sistema de arquivos de outro tipo que não é montado dentro do diretório raíz e possui seu suporte embutido no kernel).

Após configurar o /etc/fstab, basta digitar o comando mount /dev/hdg ou mount /cdrom para que a unidade de CD-ROM seja montada. Você deve ter notado que não é necessário especificar o sistema de arquivos da partição pois o mount verificará se ele já existe no /etc/fstab e caso exista, então utilizara as opções especificadas neste arquivo. Para mais detalhes veja as páginas de manual fstab e mount.

Desmontando uma partição de disco

Utilize o comando umount para desmontar um sistema de arquivos que foi montado com o mount. Você deve ter permissões de root para desmontar uma partição.

umount [dispositivo/ponto de montagem]

É possível usar umount /dev/sda1 como umount /mnt para desmontar um sistema de arquivos /dev/sda1 montado em /mnt.

Observação: O comando umount executa o sync automaticamente no momento da desmontagem, para garantir que todos os dados ainda em memória RAM sejam salvos.


Créditos

fonte: FOCALINUX